Projeto: Boulevard Olímpico
Obra: –
Ano: 2016
Local: Av. Rodrigues Alves
Panmela Castro (1981) ou Anarkia Boladona, é uma artista carioca conhecida internacionalmente como a rainha do graffiti brasileiro. Foi nascida e criada na Penha, formada em pintura pela Escola de Belas Artes UFRJ, mestre em processos artísticos contemporâneos pelo Instituto de Artes da UERJ, mas sua arte teve inicio na pichação, nicho underground, habitualmente dominado por homens.
Artista de rua e ativista, Panmela aborda as relações estabelecidas entre a vivencia na rua com questões sobre o corpo feminino. O diálogo com a paisagem urbana como crítica cultural feminista, pensando sempre em provocar e polemizar, através do processo artístico, as verdades instituídas por nossa sociedade patriarcal; em especial em relação ao corpo feminino, à sexualidade, à subjetividade, analisando as relações de poder. Possuí um trabalho efêmero, pois coisas fixas e pertinentes não são suficientes para a sua ansiedade e não correspondem as necessidades de entendimento do mundo em que viva.
Criou em 2008 o “Grafiteiras Pela Lei Maria da Penha”, um projeto que usa o graffiti e cultura urbana para combater a violência contra as mulheres através de uma campanha para educar, promover os direitos, dialogando com as mulheres desfavorecidas sobre a “Lei Maria da Penha”, e produzindo murais com mensagens sobre os direitos e a lei. Junto com o grupo que se formou durante o projeto, Anarkia fundou a Rede Nami, rede feminista de artistas urbanas que pensa e discute a situação da mulher na sociedade, realiza projetos sociais e usa a arte como um instrumento de transformação cultural. Suas integrantes acreditam que podem tornar o mundo um lugar melhor, usando grafite para uma mudança social positiva. Em 2015 com apoio da Fundação Ford desenvolveu o programa #AfroGrafiteiras que formou um grupo de 30 artistas nas temáticas da arte urbana, comunicação, raça e gênero.
Hoje, Anarkia promove sua missão em diferentes lugares do mundo compartilhando sua visão através de palestras, exposições e workshops hospedado por festivais, fóruns e conferências como das Organização das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos,da Fundação Rosa Luxemburgo, La Família Ayara, Festival Manifesto, FASE e Caramundo. Além de produzir murais e expor em diversos países, Anarkia recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, incluindo o Prêmio Hutúz, como grafiteiro da década em 2009 e o Vital Voices Global Leadership Awards na categoria de direitos humanos, entrando assim para o grupo de seletas homenageadas como a Presidente do Chile Michelle Bachelet, a pioneira antitrafico de mulheres Somaly Mam, a premio Nobel Laureate Muhammad Yunus, e a secretária dos Estados Unidos Hillary Clinton. Em 2012 foi homenageada pela Diller Von Furstenberg Family foundation com o DVF Awards da famosa estilista Diane von Fürstenberg junto de outras mulheres como Oprah Winfrey, entrou para lista da revista Newsweek como uma das 150 mulheres que estão “Bombando” no mundo e em 2017 foi citada na lista de 18 nomes de ativistas da nova geração que estão fazendo a diferença da W Magazine. Em 2015 foi homenageada com o prêmio Mulher Melhor, o prêmio Toda Extra e indicada ao prêmio Empreendedor Social de Futuro da Folha de São Paulo. Em 2016 foi indicada ao prêmio Cláudia na categoria cultura.
Panmela continua ativa intervindo em toda a cidade e através de participação em manifestações públicas, seminários e projetos sociais. O seu trabalho político social é a grande inspiração para seu trabalho artístico que mantém como tema principal a questão das mulheres e o feminismo.
Panmela Castro conquistou reconhecimento internacional por meio de seus grafites e hoje dedica-se à arte contemporânea com trabalhos em mídias como vídeo, fotografia e principalmente performance art. Sua primeira performance pública aconteceu em sete de julho de 2015 na abertura da Exposição Eva onde convidou o público a cortar totalmente o seu cabelo. No ano de 2016 apresentou suas duas performances sequentes: “Porquê?” realizada no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea onde caminhou com um enorme vestido pink e riscou em seu peito com uma navalha a palavra “porquê?” e “A Imitação da Rosa” onde convidou o público a caminhar pelos jardins do Museu da República em um vestido siamês.