@ritawainer

Estilista, figurinista, ilustradora, artista plástica ou, simplesmente, criadora. Rita Wainer (1978) é uma multi-mulher, capaz de subverter em poesia tudo o que passa batido. Qualquer espaço branco vira terreno fértil para a imaginação. Considerada um dos principais novos nomes da moda brasileira, acabou por largar essa carreira promissora como estilista há algum tempo, e em janeiro de 2013, montou um negócio virtual para vender seu trabalho com artista plástica pela internet, sem atravessadores.

A paulista é mestre em resumir em uma frase certeira a confusão nossa de todo dia. “Saudade é amor, te sigo esperando”. É bem provável que você já tenha lido essa frase profunda acompanhada da ilustração de uma mulher de cabelos pretos ao vento, lábios vermelhos, olhos oblíquos. A personagem criada pela artista plástica encara o mar do Píer Mauá, no Rio de Janeiro, enquanto espera o retorno de seu amor-marinheiro. Com traços simples, palavras cortantes e cores vivas, seu universo criativo parece não ter limites. Inspirada pelo próprio cotidiano, às vezes colorido e leve, ora melancólico, mas sempre lindo, ela imprime sua densidade lírica não só nas ruas, como também em tijolos, pratos, cerâmicas e telas.

Seus textos e ilustrações se complementam e nos fazem entender que sua arte agridoce não tem a ver somente com sonhos e momentos pessoais, mas também com a sensibilidade e percepção do mundo a nossa volta, ela vai muito além do concreto cinza. Rita não leva o status da arte a sério, mas é expert em mexer com nossos sentimentos e dar voz à luta feminista. Coragem, intuição, liberdade e força e todo o feminismo nosso de cada dia foi o que inspirou a fachada do Bar Astor em Ipanema, com um grafitti que traz 4 deusas disfarçadas de mulheres normais. “Quero expressar o olhar da mulher de hoje sobre o mundo!“, ela contou.